"Onde estão as vozes da rua, que não estou
ouvindo?", indagou o líder do PTB na Assembleia Legislativa de São Paulo,
deputado Campos Machado, autor da PEC 01/13 - a emenda que atormenta os
promotores de Justiça porque lhes quer tirar o poder de investigar prefeitos,
secretários de Estado e deputados estaduais por improbidade. Campos fez um pronunciamento irado da tribuna do grande
plenário da Casa, na noite de quarta-feira. Àquela hora discutia-se a
possibilidade de entrar em votação sua proposta, ideia que não o agradava
porque menos de 24 horas antes, na Câmara, caiu a PEC 37 - outra emenda que
enfraquecia o Ministério Público e acabou fulminada pelo grito das ruas.
Antes da explosão social os líderes do Legislativo paulista
fecharam pacto para votar a PEC 01 só no dia 14 de agosto. Nessa ocasião,
avalia Campos Machado, o clima era bastante propício para que sua emenda fosse
aprovada. Até mesmo os promotores já previam o pior cenário. Na sessão extraordinária de quarta-feira, ainda no calor da
derrubada da PEC 37, o petebista temia que o acordo com seus pares ruísse e a
Assembleia, afinal, se curvasse à voz das ruas. Desconfiado de que poderia
sofrer revés contundente, pediu a palavra e, então, indagou. "Onde estão
as vozes da rua, que não estou ouvindo?" "E as vozes dos prefeitos,
dos ex-prefeitos, dos vereadores, onde estão?", emendou, em referência aos
políticos que o têm procurado para declarar apoio à sua PEC e se queixar de
"abusos" das promotorias.
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